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A história por detrás da música: “Nymphetamine”, Cradle of Filth
Dani Filth levanta o véu do hino goth metal dos Cradle of Filth, “Nymphetamine”.
Dani Filth levanta o véu do hino goth metal dos Cradle of Filth, “Nymphetamine”.

Cradle Of Filth é a banda de maior sucesso no metal extremo e isso deve-se, em parte, ao álbum “Nymphetamine” de 2004. O primeiro álbum da banda pela Roadrunner Records, que vendeu centenas de milhares de cópias, enfiou os metaleiros góticos de Suffolk nos ouvidos dos melómanos de todo o mundo. E a faixa-título tornou-se um hino, um chamamento às armas para os fãs de metal sinfónico e black metal. Sentámo-nos com o mentor Dani Filth para nos contar a história da música que levou os Cradle ao nível seguinte.
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Precisávamos de uma música para
criar mais ímpeto
«Estivemos na Sony nos últimos anos, e
isso levou-nos a um ponto em que começámos a ter um pouco mais de
sucesso comercial. “Babylon AD”, do álbum “Damnation In A
Day”, teve algum sucesso nas tabelas. Lembro-me de, certo dia,
ouvi-la na rádio, no meu carro, o que foi muito estranho, e tínhamos
encabeçado um grande palco no Ozzfest; portanto, quando assinámos
com a Roadrunner, eles estavam a querer amplificar isso.»
Originalmente soava diferente
«A
editora estava ansiosa por ter a música e remover a secção do meio
para torná-la num single, o que nos deixou muito felizes.
Obviamente, há duas partes – “Nymphetamine (Overdose)” e
“Nymphetamine (Fix)” –, e a ideia deles era dividi-la em duas.
Originalmente, é muito diferente: as guitarras eram completamente
diferentes e era mais rápida, as letras eram mais rápidas. Tivemos
algum tempo de folga do estúdio durante a Páscoa, voltámos e
mexemos em tudo, e os resultados foram uma daquelas raras vezes em
que se pensa: ‘F*da-se! Isto é bom, acho que temos algo aqui!’»
O vídeo foi crucial
«A
editora queria que trabalhássemos com Dani Jacobs, que tinha
trabalhado com muitos dos melhores artistas pop da época. Sentámos
e discutimos ideias, e ele queria que se fizesse uma alusão a
Macbeth, com uma mulher a fazer o papel masculino. Também havia um
pouco de lesbianismo. Portanto, tínhamos a Liv [Kristine, vozes] num
baloiço, eu com aquele casacão e a ‘Nymphetamic’. Houve muita
pré-produção. Filmamos sob a London Dungeon e isso criou uma
sensação sombria e húmida.»
Não tínhamos medo das críticas
«Os elitistas do metal já tinham vindo atrás de nós quando “Nymphetamine” [o álbum] foi lançado, por isso, honestamente, não ficámos muito incomodados por termos uma música melódica. Não tínhamos nenhuma reserva em tê-la como single, especialmente porque a víamos como parte de um quadro maior. Era apenas uma parte do álbum. Tem que se percorrer todo o disco antes de se chegar a “Nymphetamine (Fix)”, e nós apenas vimos isto como uma parte essencial da narrativa.»
Trouxe-nos alguns fãs famosos
«Foi com essa música que o Bam Margera nos descobriu! Ele ouviu o álbum e apaixonou-se, e depois levou-nos para a América, para participarmos no seu programa de TV. Andávamos muito com ele naquela altura. Quero dizer, foi, de longe, o nosso álbum mais vendido. Faz-me sempre rir ao saber que esta é a nossa maior música e que ajudou o álbum a sair-se tão bem, porque assim que os fãs ouviram o álbum foram confrontados com a primeira música “Gilded Cunt”! Isso faz-me sempre rir.»
Construiu o nosso público
«Não acho que tenhamos atraído um tipo diferente de público, mas deu-nos mais do mesmo público. Já tínhamos feito uma digressão com Type O Negative e Moonspell antes desse álbum – na verdade, tínhamos começado a compor nessa digressão, portanto já tínhamos mergulhado os nossos pés em águas mais góticas. Fomos mais longe com “Nymphetamine” e os concertos ficaram maiores, mas não era como se estivéssemos a atrair boppers adolescentes ou divas da disco!»
Consultar artigo original em inglês.