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Christian metal: 10 álbuns essenciais
Metal não se resume a adorar o Senhor das Trevas e a pintar-se pentagramas em tudo, como estes álbuns de christian metal provam.
Metal não se resume a adorar o Senhor das Trevas e a pintar-se pentagramas em tudo, como estes álbuns de christian metal provam.

Há o equívoco de que o christian metal é uma versão um tanto diluída do verdadeiro metal. Na verdade, há os que pensam que provavelmente só foram expostos às bandas evangélicas que surgiram nos anos 90 ou os que simplesmente se recusam a aceitar um subgénero com o nome de uma religião. No entanto, o christian metal a sério consegue ser tão brutal como as mais seculares bandas de metal. Num género que se orgulha das práticas assustadoras, o christian metal é, de certa forma, mais metal do que qualquer um dos seus outros subgéneros, visto que vai completamente contra o status quo, bem como teimosamente se recusa a abandonar a fé em detrimento do apelo a um público mais amplo. Eis os álbuns que alcançam com sucesso todos os públicos do metal em termos de mérito musical, mesmo retendo graciosamente as próprias crenças cristãs dos seus criadores.
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Stryper – To Hell with the Devil
(1986)
Provavelmente a banda de christian metal mais influente
de todos os tempos, Stryper foi um dos primeiros grupos de metal a
jurar fidelidade às suas raízes religiosas. O seu verdadeiro som
veio à tona com o terceiro lançamento nomeado para os Grammys, “To
Hell with the Devil”. O álbum é glam metal por inteiro, com uma
boa dose de cânticos rock para estádio. Os Stryper atiram para os
céus (literalmente), produzindo um dos melhores álbuns cristãos de
qualquer género.
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Demon Hunter – The Triptych
(2005)
Os titãs hínicos Demon Hunter são uma das bandas que
levou o christian metal a novos cumes. À terceira foi de vez para o
quinteto com o ataque “The Triptych”, um álbum que lançou a
banda para uma nova plataforma na sua carreira. A fusão de metalcore
e nu-metal paga dividendos em músicas como a atmosférica supernova
“Deteriorate” ou com o pedal metal e máquina de riffs que é
“Fire to My Soul” – prova de que estes devotados soldados de
deus podem mudar de temperamento a qualquer momento.
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Underoath – Define the Great Line
(2006)
Os metaleiros cristãos Underoath não têm escassez de
grandes discos no seu arsenal, mas um dos melhores assenta no
emocional explosivo “Define the Great Line”. Lançado em 2006,
este triturador melódico é incrivelmente consistente ao longo da
sua duração de 45 minutos, atirando todos os tipos de sons
turbulentos ao ouvinte enquanto mantém um equilíbrio perfeito entre
a melodia deslumbrante e o peso estrondoso. Facilmente um dos
destaques do subgénero.
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Precious Death – Southpaw (1993)
Há
uma influência gritante de grunge em “Southpaw” dos Precious
Death, com músicas como a faixa-título cheia de riffs e a cantante
“Hello”, em grande parte devido ao duro moimento de Alice In
Chains e Tad. Mas não penses que a banda é de um só truque – tal
não poderia estar mais longe da verdade. Músicas como a orientada
ao baixo e ao funk “Shine” ou a sedutora “Talk about the
Weather” são casos das incansáveis experiências musicais do
grupo. Infelizmente, como aconteceu com grande parte da produção
estelar do metal dos anos 90, “Southpaw” nunca recebeu crédito
suficiente após o lançamento.
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Vengeance Rising – Human Sacrifice
(1988)
Apesar do vocalista Roger Martinez andar aos saltinhos
entre cristianismo e satanismo e depois para o ateísmo ao longo dos
anos, na época de “Human Sacrifice” a banda estava muito no
campo do Senhor. No entanto, é aí que as delicadezas acabam. Este
álbum é tão pesado quanto possível graças ao seu cintilante
instrumental thrash e às vozes de rasgar gargantas. A banda combate
fogo com fogo na grande maioria, condenando Satanás às profundezas
do inferno na viciosa “Burn” e transformando as guitarras em
lança-chamas sagrados na monstruosa “Mulligan Stew”. Christian
metal nunca soou tão sinistro.
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Extol – The Blueprint Dives (2005)
O
mais impressionante sobre este excepcional álbum tem a ver com a
maneira como a banda se manobra sem esforço entre sons expansivos e
arranjos entrelaçados – duas técnicas muito diferentes que se
tornam uma só nas mãos de Extol. Há uma influência distinta de
Deftones no disco, com atmosferas baças das quais o próprio Chino
Moreno se orgulharia. No que diz respeito à boa musicalidade do
christian metal, Extol está no topo da lista com este álbum
fantástico.
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Zao – Where Blood and Fire Bring
Rest (1998)
Manda fora tudo o que pensavas que sabias sobre
christian metal – os Zao, do West Virginia, são as suas próprias
bestas. No terceiro LP, o colectivo de metalcore pôs as bases do
subgénero em chamas, optando por riffs assustadores e vozes de
rebentar os ouvidos. Falando-se em baptismo de fogo – este álbum é
escaldante. Podem ter renunciado ao rótulo christian metal nos
últimos anos, mas abanam o púlpito com uma força severa com este
incendiário de arregalar os olhos.
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Believer – Sanity Obscure (1990)
Que
tal um fantástico christian thrash para saciar a sede de sangue?
Basta olhar para Believer, um quarteto de speed metal que oferece
tudo ao enésimo grau com o castigador “Sanity Obscure”. Apesar
do subgénero estar fora de moda aquando do lançamento, não o
saberias ao ouvir este LP destruidor, em grande parte graças à
admirável eficiência da banda. Destaques como a anti-blasfémia
“Idols of Ignorance” e a potência operática que é “Dies
Irae” são audições essenciais para qualquer thrashhead,
independentemente da tua fé.
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Tourniquet – Psycho Surgery (1991)
Poucos discos de metal são tão maravilhosamente experimentais como o lançamento dos Tourniquet em 1991, “Psycho Surgery”. De composições clássicas a instrumentais com sabor a flamenco, esta trupe que desafia o género manda a cautela às favas em várias ocasiões enquanto mantém sempre uma espinha dorsal dura e thrashy. A world music floresce e desconcertantes secções de rap separam este álbum da maioria de outros discos de metal, já para não se falar do christian metal. Se estás à procura de maluqueira e manipulação de estilos, não procures mais.
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P.O.D. – Satellite (2001)
O
quarto álbum de estúdio dos P.O.D., “Satellite”, não só foi
um sucesso comercial como também teve o seu mérito musical. A
produção deste disco de nu-metal quintessencial é impecável, com
todos os instrumentos a saírem dos altifalantes com uma intenção à
séria. Liricamente, também está no ponto – claramente baseado na
fé mas não de uma maneira excessivamente enfadonha. Destaques como
“Alive” e “The Messenjah” são tão esmagadores quanto
edificantes e, como é o caso de grande parte de “Satellite”, a
banda fará círculos na tua cabeça bem depois de já ter terminado.
Consultar artigo original em inglês.