Subsolo
Bál: magia selvagem
Black metal breve mas intenso, o novo EP de Bál é mais do que música numa colaboração visual com Smarakand em que se conta uma história misteriosa com rituais, veados mágicos, rainhas más, bruxas e demónios.

Origem: Hungria
Género: black metal
Último lançamento: “Hirsch” (EP, 2020)
Editora: independente
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Black metal breve mas intenso, o novo EP de Bál é mais do que música numa colaboração visual com Smarakand em que se conta uma história misteriosa com rituais, veados mágicos, rainhas más, bruxas e demónios.
«Este EP é uma abertura e um alicerce de uma nova forma de expressar o mesmo sofrimento doloroso, o que identifica Bál.»
Último lançamento: «O meu objectivo era fazer algo diferente dos meus outros álbuns e músicas, com o mesmo gosto que já descobri, dando origem à mesma atmosfera de uma perspectiva diferente. Para mim, este EP é uma abertura e um alicerce de uma nova forma de expressar o mesmo sofrimento doloroso, o que identifica Bál. Com uma palavra simples, o ouvinte experimentará uma certa magia em andamento. Não há palavras suficientes para descrever – devem ouvir e observar e encontrar a própria explicação sobre isto.»
Conceito: «Na verdade, este
projecto é uma colaboração com Smarakand. Comecei a trabalhar com
Smara há cerca de dois anos, que é uma talentosa e mágica artista
visual austríaca. “Hirsch” é um EP de 4 + 2 faixas baseado numa
história visual com músicas compostas separadamente.
Num ritual
maravilhoso envolto em mistério, uma mulher oferece o seu corpo e
alma para o renascimento de um veado mágico. O veado desperta no
corpo da mulher e mostra toda a sua magia. Ele muda frequentemente
entre mundos. Uma rainha maliciosa descobre a existência deste veado
místico e caça-o. Ela quer expandir o seu poder incomensuravelmente
com a ajuda do coração do veado. Ela mata-o e remove o coração.
Duas bruxas descobrem o sucedido. Matam a rainha e arrancam-lhe o
coração. Também levam a coroa. Num ritual místico, libertam o
veado mágico que se revela como um demónio.
A história e as
letras são da autoria de Smara.»
Evolução e influências:
«Basicamente, a minha mente e a maneira como vejo as coisas mudaram
muito desde o meu primeiro lançamento, que foi “Duna” em 2018, e
isso é provavelmente perceptível nas minhas músicas e letras.
Ouvindo por ordem cronológica, o som dos meus lançamentos ficou
mais puro e limpo, o que me deixou bastante satisfeito. “Duna”
era cru, com muita raiva e desespero. A erupção da minha dor e a
fealdade da música foi bem equilibrada. Em comparação, o meu
segundo álbum “Bú” (2020) é apenas triste e caótico, mas uma
criação mais madura. O meu terceiro longa-duração (“Krampusz”,
2020) é a cor mais agressiva e ofensiva da minha paleta de
escuridão. A última obra mais limpa e arranjada é “Hirsch”,
com certeza – mas este projecto não está apenas enraizado no
sofrimento, é mais como uma transfiguração, uma alucinação, ao
contar-se uma história de um ponto de vista diferente numa língua
diferente.
Bem, não é fácil descrever a influência musical no
meu projecto, mas diria que, na minha opinião, a cena black metal
islandesa de hoje deveria ser considerada uma nova vaga de black
metal. Dificilmente, escolhi cinco artistas e bandas que posso citar
como referências: György Ligeti, Hekla, Misþyrming, Riddler,
Wiegedood.»
Review: Num ano de 2020 prolífico – com dois LPs, um split e um EP -, este projecto húngaro remata com uma colaboração com Smarakand através de um lançamento curto, com apenas cerca de nove minutos, composto por black metal breve mas intenso em que reina uma atmosfera crua q.b. relacionada a ambientes bucólicos e ritualistas (a imagética não engana). Entre acordes mais limpos (com uma pitada de DSBM) e algumas melodias negras, encontramos ainda a devida dissonância que se quer no black metal. Funcionando como uma pequena amostra daquilo que Bál realmente é, este é um nome a ter em conta se gostas de descobrir novos sons no vasto underground.